Após denúncia de que as motolâncias estavam abandonadas em um depósito, prefeito Manga anunciou que o início do atendimento, mas isso não ocorreu. Foto: Cortesia leitor/Redes Sociais Manga
Apesar da Prefeitura de Sorocaba ter anunciado que o atendimento de urgência por profissionais de saúde em motocicletas (motolâncias) começaria dia 27 de maio, um mês depois o serviço continua sem data exata para funcionar. Segundo uma apresentação sobre o assunto do próprio governo ao CMS (Conselho Municipal de Saúde), as equipes estão atualmente em fase de treinamento e o atendimento efetivo deve ter início somente em julho, sem especificar quando isso se dará.
A apresentação do cronograma, confirmando o novo atraso, aconteceu na reunião do Conselho Municipal dia 19 de junho. Nesta sexta-feira (28), o Portal Porque questionou a Prefeitura de Sorocaba sobre a data exata em que as duas motolâncias vão começar a atender a população, mas não obteve retorno.
As duas motocicletas que serão utilizadas no serviço, vinculado ao Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), estavam paradas desde o início do ano em um depósito municipal. Somente após a denúncia vir à tona, o governo de Sorocaba anunciou, em seus órgãos oficiais de comunicação, que o serviço iria começar a operar dia 27 de maio.
O Portal Porque já havia publicado três reportagens sobre os atrasos nesse serviço de atendimento à saúde antes do anúncio oficial da Prefeitura.
Pilotos não haviam sido nomeados
Mas na data desse anúncio oficial, os enfermeiros e técnicos de enfermagem que devem pilotar as motos e fazer os atendimentos sequer haviam sido nomeados. A nomeação foi publicada no Jornal do Município no dia 3 de junho.
Apesar do abandono das motocicletas e de ainda não ter contratado os profissionais, no dia 26 de maio a Prefeitura publicou que “entregou, na tarde deste sábado (25), no Palácio da Saúde, duas motolâncias zero-quilômetro Modelo Yamaha XTZ250 Lander para o Samu. As equipes iniciarão as atividades com os novos equipamentos já na próxima segunda-feira (27)”.
Logo após a publicação dos nomes dos profissionais que iriam conduzir as motos e prestar os primeiros atendimentos de emergência, o Porque procurou a Prefeitura, via Secretaria de Comunicação, para saber quando o serviço iria efetivamente iria começar. Como aconteceu nesta sexta-feira (28), no início de junho a administração do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) também não atendeu a reportagem (leia mais).
12 horas por dia
Segundo o membro do CMS André Antônio Fonseca Diniz, o Pudim, a legislação indica que as motolâncias devem funcionar 12 horas diárias. “Funciona durante o dia, quando o trânsito é mais intenso e a chegada mais rápida do profissional de saúde pode fazer grande diferença para o paciente”.
Mas, de acordo com ele, o serviço em Sorocaba não deverá funcionar todos os dias em Sorocaba. “A Prefeitura contratou quatro pilotos de motolância, quando ela mesma preconizava que o ideal seriam seis. Na reunião do Conselho, o representante do governo afirmou que será publicada uma escala de serviço dos pilotos de motolância no Portal da Transparência”, explica.
O conselheiro, que também trabalha na área da saúde, afirma que a escala de trabalho a ser utilizada para os pilotos será de 12 por 36 (12 horas de trabalho por 36 de descanso). “Isso que não é suficiente para os quatro profissionais rodarem com as motos todos os dias. Na minha opinião, a falta de mais dois profissionais vai fazer com que o atendimento atinja 70% ou, no máximo, 80% da capacidade que teria com uma equipe maior.”
Quem serão os pilotos
Dos quatro servidores municipais nomeados para o serviço, dois vão exercer o cargo de “piloto de motolância I” e outros dois o cargo de “piloto de motolância II”. O piloto de motolância I deve ser enfermeiro. O piloto de motolância II precisa ser técnico de enfermagem com CNH (Carteira Nacional de Habilitação) na categoria A e estar aprovado no Curso de Capacitação de Motociclista Socorrista.
