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Após reportagem do Porque, idosos que conviviam com esgoto exposto ganham reforma na casa

Caso denunciado pelo podcast Porque em Pauta chamou a atenção da arquiteta Juliana Cristina Borges de Lima, que buscou parcerias para realização das obras

Jônatas Rosa (Portal Porque)

Casal de idosos ficará hospedado em outro espaço durante a realização dos serviços que devem durar cerca de 20 dias. Foto: Jônatas Rosa/Portal Porque

A história do senhor Sebastião José de Oliveira, 80 anos, e da sua mulher, Rosimeire Campos Oliveira, 64, moradores da favela Canta Sapo, localizada na zona norte de Sorocaba, que viviam com esgoto correndo dentro da residência — caso denunciado no podcast Porque em Pauta — ganhou um novo capítulo: uma obra para reformar o imóvel teve início nesta quarta-feira (4).

Sem a devida ação da Prefeitura de Sorocaba, quem tomou a iniciativa foi a arquiteta Juliana Cristina Borges de Lima. Após ter conhecimento da situação pelo Portal Porque, ela, que comanda um projeto de reformas em moradias de baixa renda, buscou parcerias para ajudar o casal. “Quando vi essa situação, me incomodou muito. Então, acionei a rede de apoio que normalmente trabalha comigo nesses projetos para viabilizar a reforma”, conta.

O projeto desenvolvido por Juliana prevê a reforma completa do banheiro para garantir que o esgoto não fique mais correndo dentro da casa. Além disso, a residência terá acessibilidade para o casal de idosos.

“Vamos mexer para que tenha área de ventilação dentro do ambiente, que são dois pequenos cômodos. Além do banheiro, que será totalmente reformulado, teremos um espaço para lavanderia”, detalha.

Juliana acrescenta que as obras ainda incluem a construção de uma rampa de acesso na entrada da residência para maior segurança do casal. As benfeitorias têm como parceiros o Centro Universitário Facens — que doou o material necessário –, bem como a ONG Canteiro Solidário e doadores anônimos. A previsão é de que as obras terminem em 20 dias.

Expectativa

Sebastião e Rosimeire deixaram a residência, na manhã desta quarta-feira (4), para um outro local onde ficarão hospedados até o fim das benfeitorias. Levaram consigo a expectativa de retornar para um espaço digno de se viver. “Fazer o que? Tem que arrumar, né? Se Deus quiser, quando a gente voltar, vai estar tudo arrumado, vai dar tudo certo”, diz o senhorzinho.

A líder comunitária Cristiane Tabata Lessa – que trouxe o caso ao Portal Porque – acompanhou o início das obras e ajudou o casal na mudança temporária. Ela destaca a importância da iniciativa. “É uma alegria imensa só de pensar que eles vão poder ter uma vida melhor. Eu só tenho de agradecer a todos que estão envolvidos nesse projeto.”

Cristiane ressalta, no entanto, que os problemas da favela Canta Sapo continuam e precisam de atenção do Poder Público. “Isso aqui não é condição para o ser humano viver, mas infelizmente eles só vêm, olham e vão embora. Tem de olhar para os pobres, para as favelas.”

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