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Clima tenso e acusações marcam disputa pelo Sindicato dos Servidores

Fernanda Ikedo (Portal Porque)

Eleição ocorrerá daqui a um mês, e envolverá cerca de 6.500 funcionários públicos municipais sindicalizados. Foto: Gui Urban/Secom/PMS

O Sindicato Municipal dos Servidores de Sorocaba terá eleição para nova diretoria no dia 21 de outubro. A disputa será entre duas chapas: a atual (chapa 1) e a da oposição (chapa 2). A base do sindicato é de 6.500 filiados ativos e a atual gestão termina no dia 31 de dezembro.

Movase é o nome do movimento de oposição, que tem a funcionária pública Rosilei Seixas Rondi (Rosi) como candidata à presidência e é apoiada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT). “Após anos de perdas e estagnação, estamos vindo para valorizar e trazer conquistas efetivas para todas as categorias dos servidores públicos”, destaca Rosi.

O atual presidente do sindicato, Salatiel dos Santos Hergesel, que já está há duas gestões (oito anos) na presidência, tem feito campanha em suas redes sociais para a Chapa 1, que tem apoio da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Ele compõe a chapa como diretor, mas não será candidato à reeleição para presidente. Este cargo quem disputará é a servidora pública Ana Paula Melo.

Em vídeo publicado na sexta-feira, dia 16, Salatiel criticou a CUT por apoiar a chapa de oposição, que tem, segundo ele, um integrante bolsonarista, e por uma outra integrante da chapa ser comissionada do governo do prefeito Manga. Mesmo reconhecendo a legalidade da chapa de oposição, Salatiel ataca: “É legal, é democrático, mas é imoral.”

Questionada sobre o conteúdo do vídeo do atual presidente do sindicato, a servidora e candidata à presidência da chapa Movase, Rosilei Rondi, afirma: “Hoje, compomos uma chapa heterogênea, o que é louvável, pois conseguimos nos unir, dialogar, debater e chegar a um consenso: a valorização do servidor.”

O PORQUE entrou em contato com o sindicato para ouvir as propostas da chapa 1, mas não houve resposta ao pedido de entrevista. O registro final das chapas deve ser feito nesta quarta-feira, dia 21, após três dias úteis do período de impugnação e mais um dia para análise da comissão eleitoral.

De acordo com um dos integrantes do Mova-se, Túlio Marcus Perfetto, “como movimento já denunciamos muitas irregularidades e também já conquistamos várias vitórias para os servidores, apenas estudando o estatuto e brigando via Recursos Humanos”.

Na Justiça

Para a chapa do Movase conseguir fazer a inscrição, seus integrantes precisaram conseguir na Justiça tutela de urgência. Conforme denunciaram, Salatiel Hergesel fez uma alteração indevida no estatuto da entidade, “para além do que foi autorizado por assembleia”.

A alteração foi no artigo 52, §2º, inciso C do estatuto, no qual Salatiel e o advogado do sindicato teriam aumentado o prazo mínimo de filiação, para fim de elegibilidade, de um ano para dois anos de filiação.

Consta na ação que a alteração foi com o intuito “de dificultar que eventual chapa de oposição fosse montada”. O PORQUE, como tem ocorrido já há um ano, tentou ouvir o sindicato sobre a denúncia, mas a atual diretoria não deu retorno.

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