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OPINIÃO: Futebol e política não se misturam. Se embaralham

Pretendo trazer aqui, quinzenalmente, reflexões sobre essa mistura explosiva de futebol e política. Da relação entre os atos de uma diretoria e o desempenho do time em campo, às relações entre clubes e movimentos de contestação

William Alves

CRÉDITOS:

Quem escreve sempre tem lado. E o meu eu não escondo de ninguém.

Sou um cara que acredita que a vida vale mais do que a grana. Que o amor é mais efetivo do que o ódio. Daqueles que avaliam estar no jogo mais importante do que ser o vencedor.

Que curte samba, ama Carnaval e é apaixonado por futebol. E, principalmente, já sacou que tudo nessa vida – do preço do feijão ao beijo na boca – é política.

Dito isso, importante também deixar claro que sou torcedor do Esporte Clube São Bento, o Azulão sorocabano. Digo ser importante pois isso define muito quem eu sou.

Nas arquibancadas do CIC fiz amigos, paixões e – com o tempo – fui entendendo que o que se passa dentro das quatro linhas é um recorte do que acontece fora dela. Redor do campo, arquibancada, estádio, bairro, cidade, estado, país.

Comecei a escrever na Internet ainda no tempo dos blogs. Era 2008, o São Bento estava na Série A2 do Paulista, como hoje, mas o acesso à informação era muito mais difícil (sim, virei o velho que fala “no meu tempo”, mas com outras palavras).

Criei o blog “Vamos subir, Bento!” para acompanhar o dia a dia do Bentão, principalmente os bastidores, que naquele momento estavam agitados. O clube era fechado, não tinha sócios. E seu destino era decidido por um pequeno grupo de “amigos”, que elegiam presidentes e conselheiros por aclamação.

Eu tinha clareza de que aquilo era muito errado. Puxei ações pela abertura de campanha de sócios, para que os torcedores pudessem entrar na vida do clube de fato. A abertura para sócios veio em 2010. No ano seguinte, em 2011, veio o histórico rebaixamento para a terceira divisão estadual. Mas naquela altura, fora do campo, já tinha um grupo de sócios e de gente mobilizada para não deixar o São Bento virar passado.

De lá para cá o clube já passou por cinco eleições, os presidentes da Diretoria Executiva cumpriram seus mandatos e os outros órgãos do clube (Conselho Deliberativo e Conselho Fiscal) funcionaram conforme determina o Estatuto Social da associação.

Trago este exemplo para explicar no que acredito: a bola não entra por acaso. O atacante chuta e o goleiro defende, mas tem muito mais coisas envolvidas entre o pé e a bola.

Pretendo trazer aqui, quinzenalmente, reflexões sobre essa mistura explosiva de futebol e política. Da relação entre os atos de uma diretoria e o desempenho do time em campo, às relações entre clubes e movimentos de contestação.

A bola vai rolar.

William Alves é publicitário e pós-graduado em jornalismo digital. Atua como gestor e consultor de negócios. Sorocabano por destino e são-bentista por opção, é fundador do PSOL Sorocaba e integra o movimento “São-bentistas antifascistas”

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