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Servidores de institutos e universidades federais mantêm greve por reajuste salarial

Docentes e técnicos-administrativos do IFSP estão parados desde 3 de abril e professores da Ufscar desde 6 de maio

Fabiana Blazeck Sorrilha (Portal Porque)

Professores e técnicos-administrativos do IFSP foram até Brasília para negociar as reivindicações dos servidores. Foto: Comando Local de Greve do Campus Sorocaba

Em greve, os servidores do Campus Sorocaba do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) estão paralisados desde 8 de abril. De acordo com a direção geral do Campus Sorocaba do IFSP, há cerca de 57% dos docentes e 34% dos técnicos administrativos em greve. A Seção São Paulo do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe-SP) informou que, nacionalmente, 530 Campi da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica estão em greve. Com isso, cerca de mil estudantes do Campus Sorocaba estão sem aula em cursos técnicos, superiores e de pós-graduação.

De acordo com os professores Marcelo Miyahiro e Andressa de Andrade, que fazem parte do comando de greve, entre as principais reinvindicações dos servidores estão a recomposição salarial de 34,32% para os técnicos-administrativos e de 22,71% para os docentes, a reestruturação das carreiras docente e técnico-administrativa, a revogação de decretos, instruções normativas e portarias aprovadas durante os governos Temer e Bolsonaro que prejudicam servidores e estudantes, a recomposição do orçamento dos institutos federais e o reajuste imediato dos auxílios e bolsas dos estudantes. Outra pauta nacional do movimento grevista é a revogação do novo Ensino Médio. No Campus Sorocaba, exigem também a construção imediata das novas instalações da unidade local do IFSP, com participação democrática no planejamento, acompanhamento e execução da construção.

Ufscar parada
Os professores do campus da UFSCar em Sorocaba decidiram, neste mês, aderir à greve dos técnicos administrativos da universidade. Entre as reivindicações estão recomposição salarial, aumento de verbas para a educação e revogação de normas aprovadas nos governos Temer e Bolsonaro (PL). Os estudantes apoiam o movimento dos trabalhadores.

A mobilização na Ufscar (Universidade Federal de São Carlos) é nacional e já atinge 69 universidades, segundo a Fasubra (Federação dos Trabalhadores em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil). O campus da UFSCar em Sorocaba conta com 185 professores (99% com doutorado), 110 técnicos administrativos, 12 docentes substitutos e 41 estagiários. Aproximadamente 3 mil alunos estudam na UFSCar Sorocaba. O DCE Livre (Diretório Central dos Estudantes) enviou comunicado à reitoria da universidade, no dia 1º de maio, informando a adesão deles à mobilização pelo “direito inegociável a uma educação pública, de qualidade, socialmente referenciada e verdadeiramente inclusiva”, descreve o documento.

De acordo com a profa. Fernanda Castelano Rodrigues, presidenta da ADUFSCar (Sindicato dos Docentes em Instituições Federais de Ensino Superior dos Municípios de São Carlos, Araras, Sorocaba e Buri), desde 2016, as mesas de negociação nacional estavam interrompidas, tendo sido retomadas somente agora, com o governo Lula. “Reivindicamos a recomposição salarial e o governo nos impôs o reajuste de 9% no ano passado, com alguns reajustes em benefícios. Desde então, as entidades representativas têm apresentado propostas de recomposição que não estão sendo consideradas. O governo atualmente insiste em 0% para 2024. Em dezembro de 2023, a proposta limitava o reajuste a apenas 4,5% em 2025 e 4,5% em 2026”.

A contraproposta das entidades, desde fevereiro deste ano, é um valor próximo a 21% de reajuste, distribuído ao longo de três anos. “O governo continuou intransigente com o 0% em 2024, mas diante da pressão do movimento grevista iniciado pelos TAEs em março, no último dia 19 de abril, a proposta passou a 9% a partir de janeiro de 2025 e 3,5% em 2026. Essa proposta chega a uma recomposição de 12,5%, longe dos cerca de 21% que estamos pleiteando, e com nenhum reajuste para este ano”, disse a presidenta da entidade.

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