Foto: Divulgação
A Estação Cultura, em Campinas está desde a sexta-feira (19) com a exposição fotográfica “É Fervo! – Memórias da Ballroom 019”, celebrando a cultura Ballroom na cidade.
A mostra segue até o dia 4 de julho, e é uma iniciativa independente de Cíntia Rizoli, em colaboração com membros da cena Ballroom como Kenya Ralf, Paul Parra e Thuany Figueiredo.
A entrada é gratuita, e a exposição faz parte das celebrações do Mês da Diversidade.
Segundo a organização do evento, “É Fervo! – Memórias da Ballroom 019″ não é apenas uma exposição de fotografias, é um testemunho visual da rica tapeçaria cultural da comunidade Ballroom em Campinas
“Através de uma cuidadosa seleção de imagens, os espectadores serão transportados para o coração desta cena vibrante, explorando suas histórias, momentos importantes, expressões artísticas e a influência duradoura da comunidade na cena LGBT da cidade”, explica nota de divulgação da exposição.
O que é Ballroom?
A cultura Ballroom, originada nas comunidades negras e latinas LGBTQIAPN+ de Nova York na década de 1970, é um fenômeno cultural que vai além da dança e da moda. Este movimento se tornou um refúgio e um espaço de expressão para indivíduos marginalizados pela sociedade, promovendo inclusão, empoderamento e celebração da diversidade.
Ela nasceu em meio à opressão racial e sexual, oferecendo um espaço seguro para pessoas negras e latinas LGBTQIAPN+ que enfrentavam discriminação tanto na sociedade mainstream quanto dentro da própria comunidade LGBTQIAPN+. As “ballrooms” ou “bals” são eventos competitivos onde os participantes, conhecidos como “ball kids”, desfilam e dançam em categorias específicas, julgados por sua performance, estilo e atitude.
Dentro disso, o voguing, talvez o aspecto mais conhecido da cultura Ballroom, ganhou popularidade mundial através do hit de Madonna “Vogue” e do documentário “Paris is Burning”. Este estilo de dança é dividido em três principais formas: Old Way (movimentos lineares e precisos), New Way (flexibilidade e contorcionismo) e Vogue Fem (fluidez e teatralidade). Cada performance é uma expressão de identidade e resistência, desafiando normas de gênero e beleza.
Para se ter uma ideia, a cultura Ballroom é mais do que uma série de competições; é um movimento social que promove aceitação e empoderamento. Em um mundo onde muitos LGBTQIAPN+ ainda enfrentam preconceito e exclusão, a Ballroom oferece um espaço onde podem ser verdadeiramente eles mesmos. Este movimento também tem um forte componente educacional, com casas oferecendo apoio na prevenção do HIV, educação sexual e direitos humanos.
Nos últimos anos, a cultura Ballroom ganhou visibilidade através de programas como “Pose” e “Legendary”, que trazem para o mainstream as histórias e talentos das comunidades que a originaram. Esses programas não só educam o público em geral sobre a importância e a beleza da Ballroom, mas também destacam questões críticas enfrentadas pela população LGBTQIAPN+, como racismo, homofobia e transfobia.
Serviço:
Data: De 21 de junho a 4 de julho de 2024
Horário: Das 10h às 18h (segunda a sábado)
Local: Estação Cultura
Endereço: Praça Marechal Floriano Peixoto, s/n – Centro
