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1ª Marcha Trans de Campinas será neste sábado (29); confira programação

Concentração terá início às 12h no Largo do Pará e seguirá com atividades artísticas e uma passeata pelo centro da cidade

Suellen Biason*

Foto – Paulo Pinto/Agência Brasil

Neste sábado (29), a cidade de Campinas será palco da 1ª Marcha Trans, um evento que promete celebrar a cultura trans e lutar pelos direitos dessa comunidade. A concentração terá início às 12h no Largo do Pará e seguirá com atividades artísticas e uma passeata pelo centro da cidade.

A saída para a marcha está prevista para às 15h, seguindo pela Rua Barão de Jaguara até a Praça Bento Quirino, onde haverá performances e shows.

Durante o trajeto, haverá apresentações de Pedro Píer, do Capoeira Para Todes, e discursos de figuras políticas como Carolina Iara (codeputada estadual da bancada feminista do PSOL) e das vereadoras campineiras Paolla Miguel (PT) e Mariana Conti (PSOL).

Majestade Babilônia e Alice Guél devem encerrar a marcha com um show na praça Bento Quirino.

Além de ser um evento de celebração e visibilidade da cultura trans, a Marcha Trans em Campinas também incluirá iniciativas voltadas para o bem-estar e direitos da comunidade trans, com destaque para a arrecadação de alimentos à Casa Sem Preconceitos, único espaço de acolhimento voltado para a população trans na cidade, que não recebe apoio da Prefeitura.

Ainda serão ofertados serviços para corrigir informações de cadastro e incluir a identidade de gênero correta nos registros de saúde, em parceria com a Secretaria de Saúde. Medida vai ao encontro das garantias individuais de respeito e dignidade às pessoas no âmbito dos atendimentos públicos municipais.

“Atualizando esses registros, poderemos ter dados precisos sobre a população trans atendida pelo SUS em Campinas”, esclarece Lorenz Gobbi Ismael. “Isso fortalecerá nossa luta por um ambulatório trans digno, com acesso contínuo a hormônios, apoio psicológico e um espaço físico adequado”.

Marcha histórica

Segundo Antonia Moreira, diretora executiva no Ateliê TRANSmoras, a idealização da Marcha surgiu em janeiro, após a Segunda Semana de Visibilidade Trans, quando foi constituída no município a Coalizão Trans.

“É um grito pela visibilidade, empoderamento e pela participação política da comunidade trans em Campinas”, reforça Antonia. “Estamos passando por diversos desafios e retrocessos, tanto no ambiente legislativo quanto no executivo. As demandas que fizemos por meio de uma carta ao poder público em janeiro, endereçada ao prefeito [de Campinas] Dário Saadi e ao presidente da Câmara, não foram atendidas, com exceção de alguns avanços na saúde”.

Embora exista tradicionalmente a parada LGBT+ de Campinas, que neste ano será no domingo, dia 30, pensar e viabilizar a Marcha Trans, argumenta Antonia, é necessária para dar vasão às necessidades específicas dessa comunidade.

“Acreditamos que o movimento trans de Campinas está vivendo uma fase de vanguarda e de muita articulação política. Essa marcha demonstra a força desse movimento e toda a potência que ele tem para promover políticas públicas não só para a comunidade trans, mas para todos os grupos vulnerabilizados”, acrescenta.

Todo o evento é organizado pela Coalizão Trans de Campinas, composta por diversos coletivos e organizações independentes, incluindo Ateliê TRANSmoras, Núcleo de Consciência Trans da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Casa Sem Preconceitos, Instituto Brasileiro de Transmasculinidades, Elevar.t e Pogonas FTC.

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