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Moraes homologa delação premiada e manda soltar Mauro Cid, ex-‘faz-tudo’ de Bolsonaro

Ex-ajudante de ordens do governo Bolsonaro estava preso desde 3 de maio, acusado de fraudar cartões de vacinação

Rede Brasil Atual

Cid vinha se mantendo em silêncio nas oitivas. Mas adotou postura de maior cooperação com autoridades policiais após mudar de defesa, em agosto. Foto: Reprodução/TV Câmara Distrital

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes homologou neste sábado (9) o acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na decisão, o ministro concedeu liberdade provisória a Cid, mas determinou o cumprimento de uma série de medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, limitação de sair de casa aos finais de semana e também à noite, e afastamento das funções do Exército.

O ex-ajudante de ordens também teve suspensos seus passaportes, o porte de arma de fogo e o registros de Colecionador, Atirador Esportivo e de Caça (CAC). Além de estar proibido de fazer uso de redes sociais e falar com outros investigados, inclusive por meio de seus advogados. As exceções são a mulher, filha e pai dele. As determinações de Moraes atendem a homologação do acordo de colaboração fechado com Cid e a Polícia Federal.

Na quarta (6), o ministro recebeu em seu gabinete a proposta de delação referente ao inquérito das milícias digitais, que apura a existência de uma organização criminosa que teria a finalidade de atentar contra o Estado Democrático de Direito, e investigações conexas, como a que apura o desvio de joias e presentes de governos estrangeiros na gestão Bolsonaro. O ex-ajudante de ordens está preso desde o dia 3 de maio, acusado de fraudar cartões de vacinação dele, de sua família e de Bolsonaro e filha.

Do silêncio à delação

Cid vinha se mantendo em silêncio nas oitivas. Mas adotou postura de maior cooperação com autoridades policiais após mudar de defesa, em agosto. Seu advogado Cezar Bitencourt chegou a afirmar em entrevista à Revista Veja que o cliente assumiria que vendeu, nos Estados Unidos, as joias recebidas por Bolsonaro, atendendo as ordens do então presidente.

No dia seguinte, porém, o advogado deu uma versão diferente na Globonews, afirmando que Cid prestaria “esclarecimentos”. No final do mesmo mês, o ex-ajudante de ordens passou a prestar vários depoimentos à PF, em meio à negociação sobre a delação.

Ao justificar sua decisão neste sábado, Moraes destacou que “a manutenção da prisão não se revela, portanto, adequada e proporcional, podendo ser eficazmente substituída por medidas alternativas”.

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