Presidente Lula concedeu entrevista ao portal UOL na quarta-feira (26), no Palácio do Planalto, em Brasília. Foto: José Cruz/Agência Brasil
O presidente Lula concedeu entrevista ao portal UOL na manhã da quarta-feira (26), diretamente do Palácio do Planalto, em Brasília. Entre os assuntos, ele disse que não irá desvincular o reajuste da aposentadoria e de pensões do salário mínimo, o que diminuiria o aumento real, além de afirmar que o padrão econômico do País muda quando for aprovada a reforma tributária.
Questionado sobre haver necessidade de corte de gastos em seu governo, Lula disse que “o problema não é ter que cortar, o problema é saber se precisa efetivamente cortar”. Ele falou ainda que se for preciso aumentar a arrecadação, isso será discutido. O presidente afirmou também que a distribuição de dinheiro está sendo bem feita no país e que seu governo priorizará a política de inclusão social.
“Nós queremos fazer política social que permita às pessoas crescer, queremos saber se o gasto está sendo bem feito, e o dinheiro está sendo usado para melhorar o País, estamos fazendo análise de onde tem gasto exagerado, onde tem gasto que não deveria ter, onde tem gente recebendo que não deveria receber. Sem levar em conta o nervosismo do mercado. Levando em consideração a necessidade de manter política de investimento”, afirmou Lula.
Sobre críticas à economia de seu governo, o presidente questiona: “você acha que a Faria Lima pensa mais no Brasil do que eu?”. Ele diz que se fala muito da macroeconomia, mas que há uma microeconomia crescendo no País com apoio de programas do governo federal. Como exemplo, cita a medida provisória que institui o programa “Acredita”, voltado a oferecer crédito com taxas de juros diferenciadas para os pequenos empreendedores. Ele acrescenta que a reforma tributária está para ser aprovada e que isso mudará o País.
Além disso, Lula disse que vai manter o aumento real do salário mínimo. “Não considero isso um gasto”, afirmou ao ser questionado se pretendia impedir que o reajuste das pensões previdenciárias e do BPC (Benefício de Prestação Continuada) – pagamento de um salário mínimo por mês ao idoso com idade igual ou superior a 65 anos ou à pessoa com deficiência de qualquer idade – respeitasse a correção inflacionária e o aumento do PIB (Produto Interno Bruto). O presidente acrescentou que o salário mínimo é o mínimo que uma pessoa precisa para viver, por isso não irá apertar o mínimo do mínimo para resolver o problema da economia do País.
Lula também afirmou que afastará o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, caso ele seja indiciado pelo (STF) Supremo Tribunal Federal ou pela PGR (Procuradoria Geral da União). Juscelino é investigado por suposto envolvimento em desvios da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba). No entanto, o presidente salientou que há um pedido de indiciamento da PF (Polícia Federal), que ainda não foi aceito pelo ministro do STF nem pela PGR. “Se for aceita [a denúncia], vai ser afastado, ele sabe disso”, completou.
