Banqueiros e empresários influentes decidiram colocar sua assinatura em uma carta aberta em defesa da democracia, organizada pela Faculdade de Direito da USP com a colaboração de organizações da sociedade civil. Nomes como Roberto Setúbal e Cândido Bracher (Itaú Unibanco), Walter Schalka (Suzano), Pedro Passos e Guilherme Leal (Natura) aderiram ao documento, que já reuniu cerca de 3 mil assinaturas de juristas, artistas, políticos e ex-ministros de Estado.
Sem citar diretamente o presidente Jair Bolsonaro (PL), a carta é uma resposta de peso às afirmações reiteradas do presidente de que o processo eleitoral brasileiro não é confiável. O apoio de empresários e banqueiros representa uma derrota política para Bolsonaro e pode ser considerado uma pá de cal na estratégia golpista do presidente, que ensaia, com afirmações sem provas, a contestação de uma eventual derrota nas urnas, a exemplo do que o ex-presidente Donald Trump fez nos Estados Unidos.
Além de defender a Justiça Eleitoral e o processo eletrônico de votação, o texto (que pode ser lido e assinado no link abaixo) conclama a todos, independentemente de partido ou ideologia, para que defendam a democracia e o resultado das urnas: “Ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o Estado Democrático de Direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira. São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional”, afirma o texto.
A expectativa é de que a carta seja divulgada no dia 11 de agosto, numa referência histórica à Carta aos Brasileiros, lida em agosto de 1977 pelo professor Goffredo da Silva Telles Junior, lá mesmo, no Largo de São Francisco. A carta de então denunciava a ilegitimidade do governo militar e o estado de exceção em vigor no País. Intitulado “Carta aos brasileiros e brasileiras em defesa do Estado Democrático de Direito”, o manifesto de 2022 deverá ser lido às 11h30 pelo jurista e ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello.
Nos 45 anos da Carta aos Brasileiros, a nova carta aberta assegura: “No Brasil atual não há mais espaço para retrocessos autoritários. Ditadura e tortura pertencem ao passado. A solução dos imensos desafios da sociedade brasileira passa necessariamente pelo respeito ao resultado das eleições.”
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